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segunda-feira, 16 de julho de 2012

A DESCONSTRUÇÃO DE QUEM PENSÁVAMOS QUE ÉRAMOS - Visões Mensais, julho de 2012, por Dana Mrkich



Estamos atualmente a sentir a desconstrução total de quem pensávamos ser, e o processo pode parecer extremamente desorientador mesmo para os que estão habituados às mudanças em curso dentro desta Grande Mudança. Muitas das nossas memórias estão a ser limpas das nossas esferas de sensibilização consciente e subconsciente, especificamente memórias que já não nos servem, incluindo muitas memórias celulares que têm sido retidas nos nossos corpos físicos e muitas memórias da alma que têm sido mantidas nos nossos corpos etéreos. Estas memórias antigas influenciaram-nos e, deste modo, participaram da criação do nosso dia-a-dia, vida a vida, realidades. Estão a ser removidas porque serviram o seu propósito e iriam ser mais um obstáculo do que uma ajuda nos capítulos e nos processos de criação da nossa nova realidade. É como uma espécie de atualização do software do novo computador – a versão anterior ajuda a criar a versão nova, mas quando a nova estiver pronta já não é preciso guardar a versão antiga no computador.
Podem, ainda, claro, aceder a qualquer memória em qualquer momento, mas estas já não vão existir na biblioteca central do armazenamento cósmico, ao contrário do vosso estudo em casa.
Ironicamente, esta “limpeza de memória” que já não são importantes está a ocorrer à medida que estamos, aparentemente, a abri-nos para cada vez mais da nossa automemória autêntica e galáctica. Usamos a palavra “aparentemente” porque, tecnicamente, não é a nossa memória que está a voltar, em vez disso é a nossa consciência que se está a expandir enquanto entramos em energias de frequência superior permitindo-nos aceder a estados superiores de consciência que contêm informações e conhecimento a que não tivemos acesso durante muito tempo. Este aumento de consciência está, evidentemente, a expandir as nossas noções previamente concebidas sobre quem realmente somos e, assim, a contribuir para o processo de desconstrução de quem pensávamos que éramos.
Esta limpeza de memória aplica-se também a memórias recentes (tão recentes como há minutos ou horas atrás) que não têm benefício em permanecer connosco. Podem achar cada vez mais difícil ter uma impressão palpável do que costumavam chamar “o passado”. Cada vez mais este parece como um sonho, parte do qual conseguem lembrar-se claramente, parte que não se conseguem de todo lembrar ou têm que se concentrar realmente muito para se lembrarem. Podem não ter lembranças sobre conversas que outros insistem que aconteceram. Não, não vão ficar loucos. Trata-se apenas das nossas mentes que estão a escolher cada vez reter menos, em particular o que não é importante para o nosso presente imediato. Essencialmente, é isto que está a acontecer – estamos a deslocar-nos para o há muito falado viver no Agora. Pela sua própria definição, Agora significa não ter nenhum sentido do “Passado” ou do “Futuro” e, deste modo, esta limpeza de memórias é uma parte integral da nossa chegada ao Viver no tempo do Agora.
Assumimos que viver no Agora queria dizer viver num estado de muita calma e bem-aventurança, e significa isso – mas até que nos habituemos a isto é um pouco como vivermos sem relógio após uma vida com um no nosso pulso. Não têm o vosso ponto de referência habitual para se ancorarem. Estamos a ligar-nos a um novo ponto de referência, um ponto interior. Até nos acostumarmos, pode parecer às vezes como se estivéssemos a pairar numa bolha desligada de tudo. Isto parece ao mesmo tempo uma verdadeira felicidade e, contudo, um pouco assustador porque estamos acostumados a ter âncoras e apegos a alguma coisa que mantenha a nossa realidade com sentido. Ao início podemos interpretá-lo como “O meu cérebro desapareceu”. “Não consigo focar-me ou concentrar-me em nada”. “Não consigo organizar os meus pensamentos/uma frase” e “Tudo parece tão vago e confuso”. Esta questão do “não tempo” é como ser um astronauta que tem que se habituar à gravidade zero – é bom, mas estranho.
Como parte desta mudança para o “não tempo”, e como parte desta desconstrução correspondente de quem pensávamos ser, está a ser-nos pedido que soltemos muito das nossas identidades interiores. Se nos costumávamos definir por um emprego ou uma função em particular, podem ter a certeza de que essa função ou emprego estão num estado de grandes mudanças ou foram completamente retirados da vossa vida. Novamente, existe a sensação de que não nos está a ser permitido agarrarmo-nos a nada exterior como o nosso ponto de referência. Estamos a fixar as novas identidades ou, antes, a redescobrir as nossas verdadeiras identidades. Isso não significa que não nos seja permitido termos nada exterior nas nossas vidas. Ainda temos relacionamentos e amigos e família, ainda temos trabalho e atividades e interesses mas, a diferença, é que essas coisas já não são as fontes que nos definem. Estamos a redescobrir o nosso ser interior como a fonte de quem somos, sendo as nossas realidades externas as expressões físicas conscientes desta fonte interior.
Já não podemos “fingir” quem somos por dentro criando uma ilusão do mesmo no exterior. Se a nossa realidade exterior não corresponder ao que se passa realmente dentro de nós, desmoronar-se-á ou será obrigada a transformar-se. Um excelente exemplo é o de alguém que sempre lutou com falta de dinheiro ganhar milhões de dólares, mas manter ainda uma mentalidade de pobreza, de carência ou de “Não mereço”. Sabemos de histórias atrás de histórias em que as pessoas, num prazo de tempo muito curto, acabam por voltar à sua antiga situação: falidos e com dívidas. Quem é que já experimentou a situação em que recebeu algum dinheiro, talvez um bónus de pagamento, um ganho de lotaria ou outro presente, e exatamente de forma tão inesperada recebeu uma multa de estacionamento ou o carro avariou ou o forno precisou de ser arranjado e a conta total é precisamente do mesmo valor do dinheiro que tinham acabado de receber? Por um lado podem pensar, uau, o universo não é excelente? Deve ter sabido que vinha aí esta conta porque tenho o dinheiro para a pagar! Por outro lado, ficam zangados e frustrados porque, o que é que se passa? No momento em que recebem um dinheiro extra, este sai pela porta fora! O que aconteceu é que receberam mais do que o vosso “limite” de teto atual no que toca ao sentimento de merecimento e, em vez de usarem a oportunidade para ajustarem e elevarem o vosso teto, a vossa energia “recuperou” o dinheiro extra de forma muito parecida a um cheque devolvido. “Não aceitamos quantias maiores de $xyz, muito obrigado”, ou “Não aceitamos dinheiro para o qual não trabalhámos para ganhar”, diz a vossa energia, e gera uma situação que suga esse dinheiro extra – entra a conta inesperada.
Neste momento, muito do vosso limite de teto sobre o dinheiro, o amor, e a autoestima está a vir à superfície porque Vénus avançou após a sua recente jornada retrógrada e, deste modo, estará no que tecnicamente é conhecido como o período da sombra em todo o mês de julho à medida que volta para o lugar em que estava antes de começar a inverter-se. Durante o período retrógrado informou-nos onde nos estávamos a reter a nós mesmos, especialmente nas áreas do amor e dinheiro, especificamente relacionadas com o amor-próprio, autoestima, valor próprio e o que verdadeiramente sentimos que merecemos. Colocou também em destaque quaisquer problemas que tivéssemos sobre o nosso Feminino Divino, e tudo o que o Feminino representa: a nossa criatividade, intuição, sentimentos, expressão das nossas necessidades, como nos sentimos connosco mesmas enquanto mulheres (se forem mulheres), e como nos sentimos enquanto mulheres independentemente do nosso género, incluindo todas as velhas feridas à volta das nossas mães e de sermos mães. O nosso feminino governa também a nossa capacidade de sermos cuidados e nutridos, e a nossa capacidade de Recebermos tudo o que verdadeiramente necessitamos. O vosso cesto está aberto e sem limites, ou autoimpuseram-se limites sobre o que é que podem receber, e como o podem receber?
Enquanto Vénus se voltou diretamente na semana passada soprou a sua cauda como a grande Mãe Dragão, dando a todos aquele pontapé final em relação a este tópico de Receber. Quaisquer problemas que ainda possam ter em relação a Receber o que valem, a receber o que merecem e a receber o que verdadeiramente necessitam pode ter sido muito destacado na vossa frente em confronto com o oposto: pensamentos de carência, pensamentos do tipo “não chega”, sentirem-se pressionados a dar mais energia/tempo/dinheiro do que sentem que têm, sentirem que há um enorme buraco onde devia haver um cesto cheio de coisas boas. Em vez de se sentarem no buraco sentindo-se sombrios, confrontem-no. Perguntem-se: por que motivo criaria este buraco, esta carência, esta sensação de “não chega”? Os meus pensamentos de carência são verdade ou preciso de embarcar no vagão da gratidão por tudo o que tenho? A minha realidade diz-me que não me tenho permitido receber e, se assim for, que crenças falsas preciso de cavar e qual a verdade para a qual estou a ser chamado sobre quem sou realmente? Acomodei-me para ter menos quando, na verdade, estou aqui para experimentar mais?
À medida que passarmos por este processo de desconstrução, torna-se mais difícil ocultar a nossa verdade, de nós mesmos e dos outros. Motivos escondidos estão a tornar-se notoriamente óbvios – isto é muito visível neste momento na política, nos meios comercias e nos média, bem como nas nossas vidas pessoais. Assuntos não resolvidos há muito ocultos debaixo do tapete estão a ser mexidos. Quanto mais tentamos evitar ou resistir ao que é, em última instância, o nosso autêntico eu a tentar fazer-nos ver a nossa própria verdade e levar-nos para o nosso caminho e potencial mais elevados, mais demoramos o processo inteiro e mais difícil se torna. Com muita frequência, numa tentativa de evitarmos emoções como a tristeza e a mágoa que tantas vezes andam de mãos dadas com a perceção de certas verdades, acabamos por viver com uma camada adormecida contudo, pesada, dessas emoções presas dentro de nós. Se conseguirmos encontrar a coragem de lidar abertamente com o que quer que seja venha ter connosco, veremos que embora a jornada emocional possa ser cruciante no momento, surgimos do outro lado mais fortes, mais esclarecidos, sábios e rápidos do que alguma vez pensaríamos que fosse possível.
Paira um interessante ar de nostalgia no ar neste momento, como se todos devêssemos fazer uma pausa para perceber quão especiais são realmente as nossas vidas aqui. Quão abençoados somos por termos um Sol que nos aquece, uma Terra que nos abastece, ar fresco, limpo que podemos respirar e água para nos sustentar. Quantas vezes param para perceber realmente a dádiva que é a vossa vida? Quantas vezes dizem obrigado às dádivas que estão presentes diariamente na vossa vida? O ar de nostalgia é parte de uma frequência que está a entrar de Apreciação, que é parte de um grupo inteiro de energias de frequência superior para o qual nos estamos a mover agora. A frequência da Apreciação está a adquirir potência, desempenhando o seu papel para nos influenciar a começarmos a ver, e a viver as nossas vidas de uma forma mais consciente, mais centrada no coração. Quer tenhamos mais um dia ou mais cem anos neste planeta, o apreço pelo que temos possui o efeito mágico de nos permitir de repente ver as coisas a partir de uma nova perspetiva, ver as situações e as pessoas à nossa volta com novos olhos. O apreço abre e expande a nossa energia, permitindo-nos receber e criar mais de tudo o que é bom.
Com toda esta desconstrução a ocorrer, as novas identidades e novas vidas devem acompanhá-la. Nos últimos dias, muitos de nós temos recebido os nossos novos roteiros para os tempos que se seguem, embora durante a noite ou no estado de sono. Assim, não temos necessariamente memória disto, nem ideias sobre o que é que os nossos roteiros contêm. A única pista que de que podemos ter assistido a uma reunião para o nosso roteiro é sentirmos um estado de crescente entusiasmo e antecipação, uma grande sensação de paz e de facilidade de que tudo vai correr bem, ou, dependendo do nosso roteiro pessoal, um avassalador sentimento apaixonado de que temos que fazer algo em relação a um problema social ou global. Se alguma destes estados os descreve, saibam que o vosso novo roteiro foi carregado e que irão fazer o que precisam de fazer no tempo certo, da melhor maneira possível. Sigam a vossa verdade e o coração todos os dias, é tudo o que precisam de fazer, fazer o que estão aqui para fazer a seguir.
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© Dana Mrkick 2012. É concedida autorização para partilhar gratuitamente esta artigo desde que o autor seja creditado e o endereçowww.danamrkich incluído.
Tradução: Ana Belo

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