"Hoje, aqui, do meu humilde instante, vislumbro um desejo: apaixone-se por aquilo que você é. E jamais esqueça que aquilo que você é não é um corpo, não é a mente. Me apresento como um porta-voz disso, com a graça disponível a essa realização – e, reforço, não confunda aquilo que você está vendo com aquilo que você é, este é o grande segredo.
Num momento de transcendência, tudo o que você está vendo é você, você está em todos os lugares. Mas vamos com calma... Por enquanto quero que explore o máximo que puder essa perspectiva de que você não é aquilo que você está vendo.
Se você está aqui, é imperativo que veja o que está sendo apontado. Olhe para onde a seta está apontando e vá em frente, esse é o melhor jeito que você tem de “me fazer feliz”. Osho diz: “Não morda o meu dedo, olhe para onde estou apontando”. Isso eu ouvi e é o mesmo que repasso...
Meu convite, em exatidão, é: pare de fazer todos os movimentos que o levam para fora e veja o que acontece. Ao parar de fazer, desidentificando-se do “fazedor”, o fazer se torna uma expressão do “não-fazer” essencial à Observação que você é. As coisas acontecem além e apesar de “você” e não tem como ser de outra forma. Desfrute dessa realidade.(...)
Participante – É muito difícil a convivência com pessoas que não estão indo na mesma direção, que não entendem isso que estamos contemplando aqui em Satsang com você.
Você está preocupado com o que as pessoas estão fazendo ou com o que você está fazendo?
Participante – Estou preocupado comigo.
Satya - É você que está buscando afirmação dos outros, querendo mais e mais.
Participante – Não, acho que não é preciso querer mais e mais, não há necessidade.
Satya - Então, qual é o problema? Você quer que as pessoas pensem da mesma forma que você?
Participante– É isso que é difícil, essa espécie de "negociação" com as outras pessoas.
Satya - Mas por que você tem de fazê-las acreditar na mesma coisa que você?
Participante – Para que eu consiga viver melhor, mais em paz, mais tranquilo, mais saudável.
Satya - Uau! Este é o ponto. Não o perca! Você quer que as pessoas concordem com você, para que você possa viver em paz. Porém, este pensamento é o que te aprisiona no sofrimento. Somente quando puder ver isso, poderá ser dado o salto. Veja com clareza que é você que está querendo que todos concordem com o seu jeito de pensar para que você consiga viver em paz – isso é impossível. Não tem como fazer todo mundo concordar com você. Esta é uma estratégia extremamente equivocada, proposta pela sua mente.
Se a paz que você busca depende daqueles que estão ao seu redor, ela se torna inalcançável. A menos que você consiga sedar todos e implantar neles aquilo que você considera ideal para viver em paz. Mas, ouça, isso não tem nada a ver com realizar a si mesmo.
A proposta de Satsang vai muito além. Investigue quem é você e veja do quê esse "você" precisa, veja quem é o outro e o mundo a sua volta, e não mais se engane quanto às propostas da mente.
Não estamos falando de "opiniões". Sabedoria implica em descobrir quem você é e, consequentemente, realizar que não tem ninguém para ter opinião alguma. Seu sofrimento persiste porque você insiste em existir. Você reforça, dia após dia, a crença de ser uma pessoa,
cheia de conteúdo, pronomes, gêneros e adjetivos. Pare por um instante e veja se tudo isso é verdade. Essa sabedoria está disponível aqui e agora: quem você é, é Paz."
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